O Município
Bandeira
A bandeira parnaibana foi oficializada pelo prefeito Dr. Lauro Andrade Correia em 14 de agosto de 1964, escolhida pela comissão de Julgamento do concurso realizado na época e instituída pela Lei Municipal nº258, de sete de setembro de 1963, e realização a 19 de novembro do mesmo ano. A Bandeira da Parnaíba, vitoriosa entre sete desenhos concorrentes, de acordo com as normas do concurso, é de autoria do artista Cristino Felix de Melo, é dele a seguinte afirmação, registrada na Lei n.º300 daquele ano:
Duas listas brancas simbolizam o lugar Testa Branca, que deu origem ao povoado”; “a lista azul representa o céu que cobria o lugar Porto das Barcas”; “a estrela branca simboliza a Vila de São João da Parnaíba, abençoada pela pureza da Virgem da Graça”; “O retângulo ao alto, à esquerda, reprodução das Armas Municipais, simboliza a Cidade da Parnaíba
Etimologia
O nome do município, na língua tupi-guarani, significa "rio de águas barrentas", em alusão ao Rio Parnaíba. A cidade é banhada por um de seus afluentes, o Rio Igaraçu. Outras prováveis origens para o nome seriam: uma homenagem a Domingos Jorge Velho que nasceu na vila de Parnaíba em São Paulo; e uma alusão a uma faca de retalhar carne, chamada Parnahiba, trazida da Bahia pelos primeiros fazendeiros que se instalaram na Vila.
Carinhosamente, a cidade também é conhecida como a "Capital do Delta", pois é o portal de entrada para quem quer conhecer o único delta em mar aberto das Américas: o Delta do Parnaíba.
História
A presença de um delta em mar aberto foi o atrativo para que navegadores e aventureiros como Nicolau Resende (1571), Gabriel Soares de Sousa (1587), Pero Coelho de Sousa (1602), Martin Soares de Sousa (1631) e Vital Maciel Parente (1614) além de Padres Jesuítas, pesquisadores e outros, fizessem incursões e explorassem a região de Parnaíba.
Antes deles, a região do Delta do Parnaíba era ocupada por índios Tremenbés, que dominavam toda região do Delta, parte do litoral do Maranhão e do Ceará. Os Tremembés foram apelidados de “peixes racionais” porque saqueavam embarcações com excelentes mergulhos, permanecendo na região durante muitos anos defendendo suas tabas. Entre os anos de 1571 e 1614, uma série de excursões chegaram a região, atraídas pelas notícias da grandiosidade do rio que cortava a região. Eram navegadores, aventureiros, jesuítas e pesquisadores que desbravavam a região muito antes dos Bandeirantes Paulistas, desbravadores e colonizadores do Piauí.
Muitos artistas locais esculpem os índios e primeiros habitantes em estatuetas de madeira e em telas de pintura. O mais famoso é Mandu Ladino, líder reconhecido por unir até mesmo tribos inimigas. As peças podem ser encontradas a venda nas lojas de artesanato localizadas no Porto das Barcas.
No início do século XVIII, por causa da Carta Régia de 1701, só era permitida a criação de gado a uma distância de 10 léguas do litoral. A economia da futura província do Piauí era interiorizada uma vez que a pecuária era sua base. Além disso, essa determinação obrigou comerciantes e contrabandistas a usarem o rio Parnaíba como via transportadora já que era inviável o doloroso trajeto terrestre.
Parnaíba se tornou ao longo de sua história a maior bacia leiteira do estado do Piauí. A cidade sedia duas empresas laticíneas: Longá e Betânia.
Diante disso criou-se um entreposto para a guarda de animais e acondicionamento da carne bovina. A esse local foi dado o nome de Porto Salgado ou das Barcas que acabou propiciando o desenvolvimento de uma indústria charqueadora na região e de um dos núcleos que deram origem a cidade de Parnaíba. O outro núcleo gerador da cidade foi o arraial Testa Branca que anteriormente era uma grande fazenda de gado.
A escolha da sede da nova vila recai sobre a povoação de Testa Branca que passou a chamar-se de Vila de São João da Parnaíba em 18 de agosto de 1762. Nesta época o povoado contava apenas com quatro residências, oito brancos livres e onze escravos. Enquanto no interior da vila o número de residências era 330, e contava-se com 1.747 brancos livres e 602 escravos.
Essa atitude do governador João Pereira Caldas de elevar a sede da vila na localidade Testa Branca, foi por demais incompreendida, uma vez que no Porto das Barcas já existia o Pelourinho, símbolo da autonomia municipal. Para desenvolver o povoado Testa Branca havia o compromisso firmado pelos comerciantes junto ao governador durante a fundação, que era de construir 59 casas, mas que tal acordo nunca foi cumprido. Ao contrário: em 1769 a Câmara, instalada no Porto das Barcas, proíbe novas edificações em Testa Branca.
O Porto das Barcas – antes denominado Porto Salgado – situado à margem direita do Rio Igaraçu, prosperou devido a grande agitação de embarcações, tornando-se numa feitoria crescente do comércio que teve notável impulso, administrado pelo português João Paulo Diniz, proprietário de oficinas de carnes secas, situadas a 80 léguas da foz do Rio Parnaíba; aquele trazia em suas sumacas (barcas) gêneros alimentícios e charque para enriquecer o comércio de Parnaíba.
O Complexo do Porto das Barcas é um dos espaços históricos mais bem conservados do município. Sede da Federação do Comércio do Piauí e da Associação Comercial e Industrial de Parnaíba, o local abriga bares, sorveteria, pousada e lojas de artesanato. No passeio é possível reviver parte da história ao caminhar pelas ruínas e paredões construídos pelos escravos com pedras, cascalho de ostras e óleo de baleia.
Em 1711 com a ajuda do coronel Pedro Barbosa Leal e alguns moradores, João Paulo Diniz constrói uma pequena capela para Nossa Senhora de Mont Serrat, imagem vinda de Portugal, e que foi venerada como Padroeira da Feitoria, mas a imagem fora levada à Matriz de Piracuruca em 1712, devido aos ataques dos índios tremembés na feitoria. Vale enfatizar que João Paulo Diniz precedeu a Domingos Dias da Silva na exploração do comércio de carne seca, o charque, com grande êxito. Com isso, foi sem dúvida o iniciador da colonização e do desenvolvimento de nosso município junto ao coronel Pedro Barbosa Leal, também português.
Destaca-se também como assentador do Marco Histórico e de desbravador da Região Norte do Piauí – Parnaíba – o português Domingos Dias da Silva. Em 1758 procedente do Rio Grande do Sul, trouxe fabulosa fortuna em ouro e prata, instalou-se aqui e conquistou grande patrimônio tornando-se notável fazendeiro, grande agricultor e respeitado comerciante. Como era um homem de grande visão, efetivou comércio direto com Lisboa para exportar seus produtos e importar os que careciam.
Domingos Dias da Silva estimulou o comércio como um verdadeiro líder e dominou economicamente o Piauí e parte do Maranhão. O charque, carne desidratada pelo sol e vento, era vendida para Pernambuco, Pará, Maranhão, Bahia e Rio de Janeiro. O notável comerciante, logo construiu um palacete para sua residência. Após a sua morte ocorrida em 1793, os seus filhos Raimundo e Simplício Dias da Silva, herdaram uma grande riqueza.
O Casarão de Simplício Dias passou por uma restauração em 2012. O local abriga atualmente o escritório regional do Iphan e as superintendências municipais de Cultura e Turismo. Aberto ao público diariamente, o casarão oferece aos visitantes exposições temporárias e o memorial Humberto de Campos.
Nesta época iniciou-se também a construção da Igreja de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça que hoje é uma das poucas catedrais em estilo barroco do Estado.
No período colonial cabia aos patrões a responsabilidade de dar aos escravos uma formação cristã, porém brancos e negros não se misturavam. Por este motivo a família de Simplício Dias da Silva permitiu aos seus escravos a construção da Igreja Nossa Senhora do Rosário, destinada exclusivamente aos negros, já que estes não poderiam frequentar a Igreja Nossa Senhora da Graça. As duas igrejas encontram-se localizadas e abertas para visitação na Praça da Graça.
Com o decorrer do tempo a vila ganhou destaque, desenvolveu-se, tornou-se um centro de difusão de cultura e de novas ideias por concentrar uma “elite intelectual” que começava a querer intervir na política nacional.
Por vezes as notícias chegavam antes na vila do que na capital e foi neste contexto que Simplício Dias da Silva, rico fazendeiro e homem de prestígio, no dia 19 de outubro de 1822, proclamou adesão da vila a independência da colônia.
Em alusão a independência foi construído em 1922 na Praça da Graça, centro da cidade, um monumento da independência do Brasil no Piauí.
No dia 14 de agosto de 1844, a vila foi elevada a categoria de cidade pela lei nº 166 promulgada pelo então governador José Idelfonso de Souza Ramos. A essa altura Parnaíba tinha referências na Europa e no mundo.
O maior crescimento da cidade ocorreu de 1697, época de fundação da cidade a 1940. Neste período o Porto das Barcas era uma zona de efervescência comercial. Foi o momento áureo do surgimento das grandes casas comerciais e da introdução da cera de carnaúba no cenário internacional.
Grandes casarões no centro histórico remetem a esta época áurea. Entre eles a Casa Ingleza e Casarão de Simplício Dias da Silva. Vale a pena passear pela região.
A partir de 1950 até hoje a população quase quadruplicou mas, já no final do século XX, observa-se a decadência da cidade no período pós guerra em virtude da desvalorização dos produtos que eram exportados, gerando falências e migrações para a capital Teresina e Sudeste do Brasil.
Retomada Econômica
A partir da virada do século Parnaíba começou um renascimento econômico, o PIB aumentou consideravelmente, novos negócios e oportunidades começaram a surgir, principalmente no setor de serviços. Foram realizadas obras estruturantes como rede de saneamento básico, construção de postos de saúde, escolas e usinas eólicas na Praia da Pedra do Sal com produção energética limpa. No setor privado os investimentos aumentaram, a cidade ganhou redes de supermercados, franquias nacionais e internacionais, e dois shopping centers. A chegada de novos moradores e retorno de quem já havia deixado a cidade em busca de novos horizontes é um dos reflexos mais aparentes do município que não pára de crescer.
Em 2009, Parnaíba foi considerada a cidade mais dinâmica do estado, a 5º da região Nordeste e a 32º do Brasil.
Em um perfil econômico divulgado em 2010, dos 106 municípios brasileiros que mantiveram entre 2002 e 2007 uma taxa de crescimento igual ou superior à nacional, de 4% ao ano, Parnaíba se destacou com média anual de 6,5%.
Em 2011, a cidade apareceu entre as 40, excluídas as capitais, onde o consumo mais cresce. Parnaíba está num ranking seleto e invejável de desenvolvimento do poder de compra em núcleos urbanos com mais de 100 mil habitantes, e projeta para os próximos anos um crescimento médio anual de 11% nas taxas de consumo.
A segunda cidade do estado do Piauí, destaca-se pela bela paisagem, marcada pelos carnaubais e litoral, e pela atividade comercial e industrial, que serve de apoio ao turista que vem visitar a porta de entrada do Delta do Parnaíba, um dos 65 destinos indutores do turismo no Brasil. O Delta também faz parte da “Rota das Emoções” juntamente com Lençóis Maranhenses e Jericoacoara, considerado melhor roteiro turístico integrado em 2009 pelo Ministério do Turismo.